quarta-feira, dezembro 24

Natal.

Quando eu era criança eu adorava o Natal.

Simplesmente era mágico toda aquela movimentação em torno de uma única noite. Duas, na verdade, porque a virada de ano também contava.

Tudo era perfeito. Eu morria de medo de amigo oculto, mas adorava.

Meus tios bebendo. Adorava.

Todo mundo dançando até 4 horas da manhã. Adorava.


Aí quando meu avô morreu, foi o primeiro Natal deprimente da minha vida.

E depois que eu deixei de ser criança, cada ano que passava foi ficando menos alegre.

De repente o povo bebia demais e não tinha graça.

De repente a festa acabava às 2 da manhã e eu achava pouco.

De repente você vai tomando conta dos problemas familiares que existem e vê que metade das coisas são só aparência.

É moralista demais mas se entre as famílias está assim, é por isso mesmo que o mundo está acabando.


Se me lembro bem, de uns dois anos pra cá tem também a novena de Natal.

E a do ano passado foi linda.

A desse ano, imagina. Quase ninguém vai. E as pessoas resolvem brigar dias antes do Natal.


Eu ainda amo o Natal. Amo a aura diferente que cerca esse dia.

Mas pela primeira vez esse ano eu queria estar longe daqui.

Pela primeira vez a hipocrisia alheia me desanima.


Alguém me diz que as coisas vão piorando assim mesmo, e que eu não sou exagerada.