sexta-feira, dezembro 11

Do Tempo da Minha Mãe - A Fonte e a Flor

A Fonte e a Flor - Vicente de Carvalho

"Deixe-me, fonte" - dizia
A flor, tonta de teror,
E a fonte, sonora e fria,
Cantava, levando a flor.

"Deixe-me, deixe-me, fonte!"
Dizia a flor a chorar:
"Eu fui nascida no monte...
Não me leves para o mar".

E a fonte, rápida e fria,
Com um sorriso zombador,
Por sôbre a areia corria,
Corria levando a flor.

"Ai, balanços do meu galho,
Balanços do berço meu!
Ai, claras gôtas de orvalho
Caídas do azul do céu!"

Chorava a flor, e gemia,
Branca, branca de teror,
E a fonte, sonora e fria,
Rolava, levando a flor.

"Adeus, sombra das ramadas,
Cantigas do rouxinol!
Ai, festas das madrugadas
Doçuras do pôr do sol!

Carícias das brisas leves,
Que abrem rasgões de luar.
Fonte, fonte, não me leves,
Não me leves para o mar!..."




Era o poema que eu mais gostava no livro, por isso o primeiro.

Como vocês vão perceber, a idéia geral das histórias é ensinar as crianças pelo medo. #tenso

*A gramática original foi preservada.